domingo, 4 de abril de 2010

Ele nasceu


Quando meu filho nasceu, passou tudo pela minha cabeça: fudeu! O que eu faço agora? Ai meu Deus, preciso recuperar logo a forma. Será que vou perder noites de sono? Como será que estarei daqui a dez anos? Será que ele vai dar muito trabalho? Como deve ser a responsabilidade de educar alguém? Céus, tenho alguém que depende integralmente de mim.
A ficha não caiu até o momento em que aquela bolotinha careca veio pros meus braços, chorando, olhando pra mim. Tão lindo, tão frágil, tão indefeso, tão... meu! Pela primeira vez na vida senti que nunca mais estaria sozinha, que aquele vazio, que às vezes tomava conta de mim, nunca mais vai existir. Pela primeira vez me senti completamente responsável.
Foi uma época complicada, até que me acostumasse com a nova vida, nova rotina, nova forma física e nova condição - a de mãe - foi tudo muito difícil. Coisas simples foram complicadas, relações amistosas se tornaram cheias de raiva. O carinho de quem me cercou foi fundamental. Durante semanas eu me questionava porque isso aconteceu comigo. Pedia aos gritos pela minha vida fútil de volta. Como era bom trabalhar para pagar minhas saídinhas e cervejinhas. Como era bom não ter que me preocupar com a hora que chegava em casa, ou se tinha alguém me esperando. Como era bom ir pra faculdade sem a pressão de ter que me formar logo e achar um bom emprego pra ontem!
Me adaptar não foi tarefa fácil e me aturar nessa época menos ainda. Como serei eternamente grata a quem conseguiu esse feito.
Consegui me adaptar e perceber que não perdi nada, só ganhei.
Não tem preço ver o sorriso dele quando me olha, não tem preço ouvir suas gargalhadas, ouvir sua conversa desencontrada todas as manhãs. Não tem preço me ver refletida nos seus olhos. Não tem preço olhar para aquele serzinho indefeso e ver aqueles olhinhos se apertando de tanto que ri. Não tem preço quando ele segura minha mão, parecendo que pede ajuda. Não tem preço quando numa sala cheia de gente seu olhar me procura e se acalma quando me acha. Não tem preço quando começo a falar e ele procura pela minha voz.
Ganhei um filho, um amor pra vida toda, senso de responsabilidade e um carinho incondicional. Ganhei também o poder de compreender as mães. Agora tanta coisa que miha mãe dizia faz sentido.
Ganhei um filho!

6 comentários:

  1. Oh, prima, comecei a ler e não sabia que ia me emocionar tanto. Quero te dar parabéns pelo seu amadurecimento e nao sei se vc vai lembrar, mas na época do "Tornado", disse pra vc: "Prima, nada na vida é por acaso..."

    Parabéns e tô aqui pro que der e vier, sempre.

    Te amo (e o João tb).

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  2. Lindo, lindo lindo!
    A única coisa que me deixa triste é de não poder estar ao seu lado quando tudo aconteceu...
    Mas agora, no feriado próximo eu estarei!!!rs
    Parabéns pelo presente que você ganhou e que nos deu, o João é a criança mais linda e mais feliz que já vi!! Ele tem muita sorte de ter você como mãe... Nunca esqueça isso!
    Bjão amiga te amo!

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  3. Aeeeee mamãe do ano!! Parabéns, Lu.
    Fico mto feliz em saber q vc tb tá feliz. Nada é por acaso e td vai dar certo (Clichê Mode: ON)!
    E vc nunca esteve sozinha, po! E nossas noites intermináveis no MSN, ora falando mal de Deus e o mundo (coisa q fazemos bem), ora discutindo perrengues amorosos? rs
    Torço mto por vc e já to pondo o barril de chopp pra gelar à espera da bolota careca!

    Bjos

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  4. Lulu, que lindo texto!!
    Eu já disse que vc tá cumprindo muito bem o papel de mãezona, é maravilhoso mesmo ver vc cuidando e curtindo o João! E naquela época de tanta confusão na sua cabeça, lembra o que eu disse? Que o João era um presente pra vc! Que traria muitas alegrias! Ele tá cumprindo bem o papel dele também! ;) hehe
    Eu vou estar sempre aqui para o que vcs dois precisarem! Amo vcs!
    Beijos!

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E ai?